Alvorada às 6h da manhã! O grupo dos Lobos do Mar começavam agora o último quarto com término às 8h. Apesar de ser o grupo que estava de quarto todos os outros instruendos se juntaram a ajudar a realizar as últimas tarefas da sua aventura. Seguiram-se as limpezas diárias (casas de banho, cobertas, rancheiro, convés e amarelos) e o pequeno-almoço já fugira dos nossos estômagos.
Adivinhavamos com tristeza ou pouco tempo que ainda tínhamos no Creoula com os nossos novos e velhos amigos. Muitos de nós não dormiram toda a noite... Muitos se juntaram a ver o último nascer do sol a bordo do nosso navio.
Vimos a custo Lisboa aproximar-se...o Padrão dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos, a Fábrica/Museu da Electricidade... Tirámos fotografias à Ponte 25 de Abril, tirámos fotos com os amigos para que aqueles momentos ficassem resgistados para sempre.
Depois de termos tudo arrumado e limpo já estávamos quase a chegar e por isso juntámo-nos todos a fazer formatura com o boné e polo da Bee. Muitos tinham lágrimas nos olhos, muitos queriam aqueles momentos para sempre.
Avistámos o local onde atracaria o navío e já muitos pais ansiosos nos esperavam acenando com alegria.
Chegámos por volta das 9h da manhã mas só sairiamos do Creoula algum tempo depois. Os pais foram avisados da situação e ficaram a observar-nos orgulhosos.
Formámo-nos por grupos, cada um com o seu monitor, a meio navio. O Comandante veio saudar-nos com as suas sábias palavras e fez um breve e simpático discurso que emocionou alguns de nós. Todos recebemos das suas mãos ou de outros oficiais, um a um, um diploma de participação. Nesse diploma vinha o nosso nome, a data de embarque no Creoula, as horas de navegação (107h25m), as milhas percorridas (694 Nm) e os portos visitados (Lisboa – Ceuta – Fundeadouro de Sesimbra – Lisboa). Foi com grande emoção que cada um de nós recebeu o seu diploma e todos nos sentímos honrados e felizes por participar nesta aventura.
Já em terra abraçámos os pais e restantes familiares mas eram os nossos amigos aqueles que mais queríamos abraçar. Fizemos tão boas amizades a bordo, aprendemos tanto juntos, superámos tantas adversidades, rimo-nos tanto e divertimo-nos tanto, que não nos queríamos separar da “família” que nascera a bordo do Creoula.
Para finalizar a nossa despedida os monitores da Bee pediram que nos reuníssemos para tirar uma foto de grupo e para fazermos uma roda. Nessa roda ouvimos as palavras amigas dos monitores André Amaro e Telmo e despedímo-nos num grande abraço todos juntos.
Nos nossos abraços, trocas de emails e números de telemóvel, ficaram as promessas de repetir tudo para ano: voltar a embarcar no Creoula com a Bee!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
Diário de Bordo - (5 de Setembro)
Mais um dia! O penúltimo! Mas mesmo assim a alvorada é às 7h da manhã. Seguem-se as tarefas do costume: limpeza das casas de banho, das cobertas, dos amarelos, do convés, etc.
Hoje o pequeno almoço deu-nos forças para realizar as nossas obrigações com maior entusiasmo e genica. Ovos mexidos, leite com café e pão fresco (feito durante a madrugada no navio) foram um belo repasto.
Hoje fundeámos em Sesimbra. O mar esteve brilhante, calmo e convidativo ao longo do dia. Ao longe conseguíamos avistar o areal e o bonito castelo no alto do monte, as casinhas encavalitadas umas nas outras e os elegantes veleiros particulares a passear-se no oceano. Apesar de estarmos fundeados os grupos mantiveram os seus postos nos quartos correspondentes e tudo correu pelo melhor.
Hoje o pequeno almoço deu-nos forças para realizar as nossas obrigações com maior entusiasmo e genica. Ovos mexidos, leite com café e pão fresco (feito durante a madrugada no navio) foram um belo repasto.
Hoje fundeámos em Sesimbra. O mar esteve brilhante, calmo e convidativo ao longo do dia. Ao longe conseguíamos avistar o areal e o bonito castelo no alto do monte, as casinhas encavalitadas umas nas outras e os elegantes veleiros particulares a passear-se no oceano. Apesar de estarmos fundeados os grupos mantiveram os seus postos nos quartos correspondentes e tudo correu pelo melhor.
Antes da hora do almoço todos pudemos nadar e mergulhar no mar. Os instruendos juntaram-se ao seu monitor, vestiram os coletes e desceram as escadas colocadas no navio até ao bote que estava junto do mesmo à nossa espera. Foi um momento muito bom e divertido. Muitos de nós nunca tiveram oportunidade de nadar tão longe de terra e soube mesmo bem! O mar ali era de um azul profundo e bastante salgado. Só faltavam mesmo os golfinhos à nossa volta para parecer um verdadeiro paraíso!
Mas hoje, apesar de todos os dias no Creoula serem diferentes, o dia foi repleto de surpresas. Primeiro os ovos mexidos ao pequeno almoço, depois os banhos no oceano, de seguida um almoço com toda a guarnição no convés a meio navio. Pensávamos no que se seguiria entre as garfadas do nosso delicioso almoço e aproveitávamos aqueles momentos descontraídos para conversar com os nossos colegas e amigos.
Descobrimos, durante as horas que se seguiram ao almoço,que o nosso Comandante tinha alma e veia de artista pois fomos encontrá-lo a fazer uma pintura em aguarela, muito bonita, com Sesimbra como tema.
Recebemos também no navio o pai da Teresa e do David Bensaude que nos fez companhia até ao fim da nossa viagem.
Na hora do lanche todos fomos chamados a meio navio, mesmo aqueles que estavam de quarto e outra surpresa se desvendou nesse momento. À nossa frente apareceu um enorme bolo de aniversário! O Comandante fez um breve discurso explicando que era costume celebrar os aniversários da guarnição e de todos os membros do navio no fim e no início de cada mês. Ora, durante a nossa aventura no Creoula, três pessoas tinham feito anos: um membro da guarnição, o Gonçalo Arez (17 anos) e a Teresa Bucho (15 anos) - ambos instruendos e pertencentes ao grupo dos Lobos do Mar. Foi com grande alegria que todos cantámos os parabéns aos três aniversariantes e comemos o bolo!
Para a noite todos os grupos tinham uma tarefa importante: apresentar uma pecinha de teatro, um sketch, fazer uma canção ou uma animação para apresentar aos restantes instruendos e guarnição. Assim, para além das tarefas habituais da vida de um navio, também tivemos que puxar pela imaginação e pela nossa criatividade.
Depois do jantar reunimo-nos a meio navio e os grupos apresentaram os seus espectaculares números de entretenimento. Os Lobos do Mar abriram o show apresentando um medley pimba alusivo aos famosos monitores que nos acompanharam ao longo da nossa aventura. Aqui ficam as letras:
Diogo (“Perdoa” dos Anjos)
Diogo tu és demais
Tens uns belos abdominais
Esse dom que deus te pôs
P’ra contar anedotas como:
Ai, ai, ai que sabe a arroz!
Telmo (O André e a Cecília)
O Telmo no Creoula
Com um bafo de cebola
No Creoula está o Telmo
Que só rima com Anselmo
Oh nosso amor e gostosão
És a nossa tentação (bis)
Uno, dos, tres, cuatro
Estás sempre a fazer fixe
Só comes Redfish
Depois dás puns no beliche
E o trabalho que se lixe!
Amaro (Nós Pimba)
E se o Amaro quer ver tudo direitinho,
Cheirosinho, bonitinho
E se o Amaro quer ver tudo bem certinho
Em nós PIMBA, em nós PIMBA
No Creoula estamos sempre a trabalhar,
A bombar, a desfrutar
Mas e na faina se alguém se encostar
Há um azar, e o Amaro PIMBA!
Luís (Pingo Doce)
O Luís no Creoula
Está sempre a gozar
A tentar fazer “nhecs”
Que não estão a resultar
Dentro do navio ele tira fotografias
Essa é uma das suas grandes manias
Oh Luís… tira o macaco do nariz!
Laurinda (Baile de Verão)
A Laurinda é batoteira
Se perde é uma choradeira
Aperta, aperta com ela
De todos é a mãezinha
Até parece um’anjinha
Aperta, aperta com ela
Tem uma oz sensual
Que encanta o pessoas
Aperta, aperta com ela
Da batota é rainha
Mas nisto não está sozinha
Porque os outros também são!
Raquel
Lá vem a Raquel
Sempre a animar
Lá vem a Raquel
É sempre a bombar
O seu riso giro
Sua voz de gás
Uma monitora
Leva todos atrás
A Raquel é uma sereiazinha
Metade mulher, metade
… fofinha!
O grupo dos Popeys apresentou a seguir, de uma forma muito cómica, um dia a bordo do navio Creoula e todos nos rimos pois revimo-nos em muitas das situações que eles representaram. Também o grupo dos Beestiais caricaturou de uma maneira muito original alguns dos momentos mais engraçados que vivemos no navio, dois instruendos vestiram o corta-vento da Bee Creoula 2010 e outros dois, atrás deles, enfiaram as mãos nas mangas do mesmo, criando um “boneco” que nos fez soltar gargalhadas de tanta diversão. Este grupo cantou-nos ainda uma animada canção.
Por fim o grupo dos Quem é o quê? brindou-nos com a sua costumeira alegria e boa disposição nuam performance sem par de mais momentos passados no nosso querido navio Creoula.
Depois de muitos “É muito bom!”, “Bravo, Bravíssimo!”, “Muito bem!” e muitas palmas o show encerrou com o aviso doloroso de que esta tinha sido, de facto, a nossa última noite a bordo e que no dia seguinte chegaríamos cedo à Base Naval do Alfeite.
Quem estava de quarto voltou para o seu posto, os outros instruendos foram arrumar as trouxas, aproveitar os últimos momentos em cartadas e longas conversas ou simplesmente juntaram-se a apreciar a via láctea e o reflexo das estrelas no mar.
Creoula fundeado em Sesimbra.
O Creoula está neste momento fundeado em Sesimbra, preparando-se para fazer o resto da navegação até Lisboa apenas com pano (vela).
De Creoula Parte 3 ( dia 5 e 6 ) |
Ao largo de Sesimbra |
Previsão de entrada no estuário do Tejo às 8:00 de dia 6, atracagem no Alfeite ás 10:00. (sujeito a atrasos e a confirmação via telefone - 965714329 a partir das 8:00)
Instruendos a banhos! |
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Ao largo de Sesimbra
sábado, 4 de setembro de 2010
Diário de Bordo - (4 de Setembro)
Diário de bordo 04 de Setembro de 2010
Grupo Beestiais
07:00 – Alvorada!!!
07:15 – “Guarnição e instruendos, o pequeno-almoço vai ser servido.”
Um dia igual aos outros, certo?! Errado! Descobrimos que o dia ia começar por ser diferente.
10:00 HOMEM AO MAR
Pais, não se preocupem, não foi nenhum dos instruendos. Isto é apenas uma simulação para que os instruendos fiquem a saber como actuar numa situação semelhante.
Tinha sido atirada uma bóia ao mar simbolizando uma pessoa a cair.
Nesta altura tornou-se fulcral mudar o rumo do navio e diminuir a velocidade de modo a ficar o mais perto possível do sinistrado.
No decorrer das operações para içar a lancha, fomos sendo informados que o estado do paciente era grave, pois o mesmo encontrava-se inconsciente, com uma fractura exposta, uma hemorragia externa e ainda em hipotermia.
Uma vez o paciente a bordo, o médico e o enfermeiro tomaram todas as diligências para atenuar as condições em que este se encontrava.
A bóia foi substituída por um instruendo voluntário, o corajoso Maroco, para que os restantes procedimentos adquirissem um carácter mais real. De seguida o Dr. Tenente Diogo Costa e o Enf. Sarg. José Nobre, com ajuda de mais dois prestáveis voluntários colocaram o paciente numa maca e transportaram-no para meio-navio para que se realizasse um workshop de primeiros socorros.
Nos momentos seguintes aprendemos os procedimentos médicos a efectuar, no caso de o paciente estar ou não a respirar, consciente ou inconsciente, a colocá-lo na posição lateral de segurança e, no final, o Dr. Tiago ensinou-nos o que fazer em caso de engasgamento.
Em primeiro lugar foi-nos dito que, antes de tentar resolver um caso de inconsciência ou fractura, devemo-nos assegurar que quem está a prestar assistência se encontra em segurança, para não aumentar o número de vítimas. Depois aprendemos a sequência a seguir para verificar o estado da vítima. V.O.S: ver, ouvir e sentir. No caso da vítima se encontrar inconsciente devemos averiguar se respira e se as vias respiratórias estão desobstruídas. Seguidamente, deve-se verificar se existe batimento cardíaco e se se encontra regulado, só no final nos devemos preocupar com a fractura. Como neste caso a mesma era na perna, colocaram-se talas de modo a imobilizar o membro inferior, desde a articulação anterior à ferida até a articulação posterior. Foi-nos dada a possibilidade de verificar o material usado, assim como outros dos instrumentos médicos utilizados, até levar o paciente para uma instituição médica competente para o assistir.
Tivemos oportunidade de visualizar o último modelo de desfibrilhador, de tal forma inovador que até guia o utilizador por voz, pelo que qualquer leigo poderá prestar este socorro. Esta máquina também consegue verificar se é ou não necessário proceder aos choques eléctricos, estabelecendo per si a potência adequada a ser utilizada.
Como anteriormente foi referido, aprendemos como socorrer uma pessoa em caso de engasgamento. Para tal, exemplificou-se de forma a ter compreensão facilitada. Em primeiro lugar deverá ser assegurado que a pessoa em sofrimento esteja o mais calma possível. Seguidamente deverão ser aplicadas pancadas secas nas costas (no sentido de baixo para cima), adoptando a manobra de Haimltch. Esperamos, sinceramente, que o nome esteja escrito correctamente… e que o mesmo não tenha duplo sentido.
11h15 – Final do workshop
Uma salva de palmas, por favor, porque são merecidas.
Nova chamada:
“Guarnição e instruendos, podem dirigir-se à cantina para o almoço.”
Quem está de quarto continua nos seus postos, pois a faina só termina às 12h e quem está livre pode ir almoçar.
Da parte da tarde decorreram várias actividades lúdicas. Primeiro jogámos o “Quem Quer Ser Beelionário”, rapazes vs raparigas. Lá tivemos que os deixar ganhar… Bem, na verdade, a data de falecimento do grande escritor José Cardoso Pires tramou as babes…
Próximo jogo: Furor, nanananananana. E desta vez foi a doer: rapazes, a partir de agora as vitórias ficam por aqui! De ora em diante, ganhar foi sinónimo de babes. E assim foi: podemos dizer que no fim, ganhámos todos, porque fomos premiados com um magnífico espectáculo protagonizado por golfinhos. Eram imensos e de vários tamanhos. Podemos dizer que tivemos excelentes companhias dentro do navio e arredores com os nossos amigos golfinhos.
Foi também durante o dia de hoje que descobrimos autênticos talentos. Afinal, esta embarcação está repleta de modelos fotográficos, quem diria.
O dia de hoje ficou marcado pelos simulacros. Para além do que referimos há pouco, houve também outro de incêndio que só envolveu guarnição e por isso, não temos muita informação para relatar.
19h15 – Já é hora de jantar! Peixinho grelhado com legumes! E estava zuinabsef (“belo repasto”, em árabe), por isso, shucram (“ora muito obrigado”, em árabe, mais uma vez).
E nada de fazer birras! Aliás, acreditamos de que depois desta viagem muitos pais terão a vida bastante simplificada no tocante à ementa. Os dias de reclamação pelo facto das refeições serem peixe devem estar contados. Papás, acabaram-se as frescuras. De agora em diante, carne ou peixe, é sempre avante. O único problema é que, sendo nós moçoilos novos, os nossos gostos mudam tanto como o vento.
Para alguns membros do grupo Beestiais, o jantar foi servido mais tarde. Foram convidados a juntar-se aos oficiais na popa e claro que o convite foi aceite com muita honra.
Durante a refeição aproveitámos para colocar várias questões, as quais tiveram resposta esclarecedora. Trocamos opiniões em relação às mais diversas áreas, desde o mar, como não podia deixar de ser, mas entretanto, política, economia, carros, também foram objecto de conversação. E como tudo o que é bom acaba, só nos restou agradecer a hospitalidade, paciência e atenção de todos para connosco.
Quanto ao clima, a noite continuou o tanto ou quanto atribulada. Achamos que o Neptuno está de mau humor. E por isso, para muitos, o fantasma dos enjoos voltou.
Relatório do quarto dos Beestiais, das 00h01 às 04h00
RECEPÇÃO: recebi de 1TEN Mendes Valente a navegar nas condições de entrega do quarto anterior. NAVEGAÇÃO: navegou-se à Pgi=355, com MQ AV TF durante todo o quarto. MASTREAÇÃO E VELAME: PL CT, içados e caçados a meio. AVISTAMENTOS E CONTACTOS: vários, todos safos. ENTREGA: entreguei a navegar à Pgi=355 <> PaG=357, com MQ AV TF <> 7,5 KTS na posição GPS: fi=38°.02.43N, L=9°.03.57W, ao GMAR Dias Pinheiro.
O Adj. Of. Quarto O Of. Quarto
Dionela Galvão Eng. Santos Martins
Os Beestiais: Ana Lúcia Pimentel; Dionela Galvão; Mário Matos; Miguel Serrano; Patrícia Carapuça; Pedro Carvalho; Pedro Santana; Pedro Silveira; Sofia Soares Guitana; Teresa Bensaúde
Grupo Beestiais
07:00 – Alvorada!!!
07:15 – “Guarnição e instruendos, o pequeno-almoço vai ser servido.”
Um dia igual aos outros, certo?! Errado! Descobrimos que o dia ia começar por ser diferente.
10:00 HOMEM AO MAR
Pais, não se preocupem, não foi nenhum dos instruendos. Isto é apenas uma simulação para que os instruendos fiquem a saber como actuar numa situação semelhante.
De Creoula 2010 Parte 2 |
Tinha sido atirada uma bóia ao mar simbolizando uma pessoa a cair.
Nesta altura tornou-se fulcral mudar o rumo do navio e diminuir a velocidade de modo a ficar o mais perto possível do sinistrado.
No decorrer das operações para içar a lancha, fomos sendo informados que o estado do paciente era grave, pois o mesmo encontrava-se inconsciente, com uma fractura exposta, uma hemorragia externa e ainda em hipotermia.
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
A bóia foi substituída por um instruendo voluntário, o corajoso Maroco, para que os restantes procedimentos adquirissem um carácter mais real. De seguida o Dr. Tenente Diogo Costa e o Enf. Sarg. José Nobre, com ajuda de mais dois prestáveis voluntários colocaram o paciente numa maca e transportaram-no para meio-navio para que se realizasse um workshop de primeiros socorros.
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
Como anteriormente foi referido, aprendemos como socorrer uma pessoa em caso de engasgamento. Para tal, exemplificou-se de forma a ter compreensão facilitada. Em primeiro lugar deverá ser assegurado que a pessoa em sofrimento esteja o mais calma possível. Seguidamente deverão ser aplicadas pancadas secas nas costas (no sentido de baixo para cima), adoptando a manobra de Haimltch. Esperamos, sinceramente, que o nome esteja escrito correctamente… e que o mesmo não tenha duplo sentido.
11h15 – Final do workshop
Uma salva de palmas, por favor, porque são merecidas.
Nova chamada:
“Guarnição e instruendos, podem dirigir-se à cantina para o almoço.”
Quem está de quarto continua nos seus postos, pois a faina só termina às 12h e quem está livre pode ir almoçar.
Da parte da tarde decorreram várias actividades lúdicas. Primeiro jogámos o “Quem Quer Ser Beelionário”, rapazes vs raparigas. Lá tivemos que os deixar ganhar… Bem, na verdade, a data de falecimento do grande escritor José Cardoso Pires tramou as babes…
De Creoula 2010 Parte 2 |
Próximo jogo: Furor, nanananananana. E desta vez foi a doer: rapazes, a partir de agora as vitórias ficam por aqui! De ora em diante, ganhar foi sinónimo de babes. E assim foi: podemos dizer que no fim, ganhámos todos, porque fomos premiados com um magnífico espectáculo protagonizado por golfinhos. Eram imensos e de vários tamanhos. Podemos dizer que tivemos excelentes companhias dentro do navio e arredores com os nossos amigos golfinhos.
De Creoula 2010 Parte 2 |
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O dia de hoje ficou marcado pelos simulacros. Para além do que referimos há pouco, houve também outro de incêndio que só envolveu guarnição e por isso, não temos muita informação para relatar.
19h15 – Já é hora de jantar! Peixinho grelhado com legumes! E estava zuinabsef (“belo repasto”, em árabe), por isso, shucram (“ora muito obrigado”, em árabe, mais uma vez).
E nada de fazer birras! Aliás, acreditamos de que depois desta viagem muitos pais terão a vida bastante simplificada no tocante à ementa. Os dias de reclamação pelo facto das refeições serem peixe devem estar contados. Papás, acabaram-se as frescuras. De agora em diante, carne ou peixe, é sempre avante. O único problema é que, sendo nós moçoilos novos, os nossos gostos mudam tanto como o vento.
Para alguns membros do grupo Beestiais, o jantar foi servido mais tarde. Foram convidados a juntar-se aos oficiais na popa e claro que o convite foi aceite com muita honra.
Durante a refeição aproveitámos para colocar várias questões, as quais tiveram resposta esclarecedora. Trocamos opiniões em relação às mais diversas áreas, desde o mar, como não podia deixar de ser, mas entretanto, política, economia, carros, também foram objecto de conversação. E como tudo o que é bom acaba, só nos restou agradecer a hospitalidade, paciência e atenção de todos para connosco.
Quanto ao clima, a noite continuou o tanto ou quanto atribulada. Achamos que o Neptuno está de mau humor. E por isso, para muitos, o fantasma dos enjoos voltou.
Relatório do quarto dos Beestiais, das 00h01 às 04h00
RECEPÇÃO: recebi de 1TEN Mendes Valente a navegar nas condições de entrega do quarto anterior. NAVEGAÇÃO: navegou-se à Pgi=355, com MQ AV TF durante todo o quarto. MASTREAÇÃO E VELAME: PL CT, içados e caçados a meio. AVISTAMENTOS E CONTACTOS: vários, todos safos. ENTREGA: entreguei a navegar à Pgi=355 <> PaG=357, com MQ AV TF <> 7,5 KTS na posição GPS: fi=38°.02.43N, L=9°.03.57W, ao GMAR Dias Pinheiro.
O Adj. Of. Quarto O Of. Quarto
Dionela Galvão Eng. Santos Martins
Os Beestiais: Ana Lúcia Pimentel; Dionela Galvão; Mário Matos; Miguel Serrano; Patrícia Carapuça; Pedro Carvalho; Pedro Santana; Pedro Silveira; Sofia Soares Guitana; Teresa Bensaúde
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Diáro de bordo (3 de Setembro)
Reportagem feita pelos Lobos-do-Mar – “Los más grandes”
(fotografias no seguinte link: http://picasaweb.google.pt/BeeAventuraMovimento/Creoula2010Parte2 )
7:30h (hora espanhola)
Acordámos, vestimo-nos e tomámos o ”desayuno”, ou seja, o pequeno-almoço. Às 8:00h, como é normal, é a formatura. Uns limparam as casas-de-banho, outros limparam os amarelos (limpar os sinos, leme, corrimões, placas e outros metais), mais uns quantos ficaram nas cobertas e por fim mais alguns dirigiram-se para o embandeiramento (consiste em içar as bandeiras à volta do navio, significando elas símbolos e letras).
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
De Creoula 2010 Parte 2 |
No caminho entrámos no “Museo de Ceuta” onde vimos uma exposição de aguarelas e artefactos arqueológicos relativos à vida no mar.
Entretanto, como não encontrávamos as lojas, fomos à “Oficina de Información Turistica” e lá conseguimos saber a localização de dois bazares: “Los 3 Caballos” e “Bazar El Barato”. Ficámos muito felizes quando lá chegámos mas não deu para fazer grandes negócios. Mesmo assim comprámos chá, pulseiras e brincos, alaúdes, “xixas” e “kakis” – Chapéu típico do Aladino.
Para grande surpresa nossa fomos abordados por uma simpática jornalista local que nos fez imensas perguntas acerca da nossa viagem e que nos disse que íamos aparecer no jornal no dia seguinte. Sentimo-nos muito inchados e importantes como verdadeiros Lobos-do-Mar que somos.
De Creoula 2010 Parte 2 |
Depois do nosso belo repasto fomos acabar de fazer as co
De Creoula 2010 Parte 2 |
Como os rapazes do nosso grupo tinham comprado “kakis” e algumas raparigas brincos e pulseiras, acabámos por fazer um videoclip amador do “Wakka Wakka” numa das ruas centrais e fizemos um grande sucesso.
Voltámos para o Creoula por volta das 14:30h com os outros grupos e começámos a entrevistar os instruendos em relação a esta ida a Ceuta. De repente o microfone acordou: “Atenção, guarnição e instruendos, estabelecida a condição geral 21: faina geral de mastros” – ao ouvirmos esta ordem fomos todos ajudar a içar as velas e colher os cabos do navio e interrompemos por momentos a nossa Grande Reportagem.
Por volta das 17:00h iniciou-se o período balnear onde muitos puderam fazer surf e outros desportos náuticos no convés através da água do mar que vinha por uma boca-de-incêndio. Tivemos também oportunidade para comprar uns geladinhos e aproveitar os últimos ares de África.
O enfermeiro pediu aos instruendos que tivessem enjoado na viagem para cá que fossem ter com ele e tomassem um comprido para o enjoo pelo menos para prevenir os desagradáveis acidentes estomacais.
Quase todos o tomaram, incluindo alguns monitores, e sentiram-se todos muito bem. Tão bem que teve de haver um momento de descanso devido aos efeitos provocados pelos “smarties” amarelos – todos estavam bastante sonolentos. Alguns aproveitaram para tomar banho e arrumar as cobertas que estavam num reboliço.
Às 19:15h fomos para o refeitório jantar “Peixe à Brás”, com direito a sopa, pão e melão. Quando acabámos fomos acrescentar mais algumas coisas ao nosso “Diário de Bordo” e, enquanto estávamos a trocar ideias e a escrever o nosso diário, a monitora Laurinda fez-nos uma surpresa e levou-nos, por volta das 22h30, ao convés do navio para vermos o plâncton brilhar na rebentação. Foi um momento muito especial. Parecia que as estrelas tinham caído no oceano. A Laurinda até nos brindou com uma frase muito bonita: “Já viram, hoje há estrelas no céu e há estrelas no mar!”
Por causa deste momento mágico e feérico decidimos escrever um poema em honra dos bons momentos:
As Estrelas Pirilampo
Esta noite no Creoula
Aconteceu algo mágico e espectacular
O céu cobriu-se de estrelas
E as estrelas beijaram o mar.
Olhando o firmamento
A Via Láctea segredou-nos ao ouvido
Que este belo momento
Só a bordo do Creoula podia ser vivido
Na espuma das ondas preguiçosas
O plâncton dançou brilhando como as estrelas
Desenhou no Oceano palavras melodiosas
Tão secretas que só as sereias podem entendê-las
A calma enigmática da noite preenche-nos o coração
Dando-nos coragem e força para a nossa aventura continuar
Acompanhamos os pirilampos no Creoula com emoção
Nunca nos esquecendo do dia em que vimos as estrelas do céu
Dançarem na espuma do mar.
O nosso quarto foi das 04h00 às 8h00. Na casa de navegação o Guarda Marinha Dias Pinheiro ensinou-nos como funcionavam todos os ecrãs, como se marcavam as localizações do navio na carta náutica e também a preencher o registo horário. Estivemos sempre ocupados a ouvir as explicações do Dias Pinheiro e aprendemos a localizar a estrela polar. Do outro lado do Creoula alguns Lobos-do-Mar estavam de vigia ou no leme e outros ainda ficaram no rancheiro, na cozinha e na Ronda LA (Limitação de Avarias – conhecer os outros pontos dos navios, casas das máquinas, frigoríficos, cobertas da guarnição, etc.). Como não havia grande serviço em alguns postos juntámo-nos quase todas na proa e deitámo-nos a ver as estrelas e a apreciar a beleza da Via Láctea. Para nos mantermos acordados fomos falando e conversando animadamente ao longo do quarto. Tivemos a simpática companhia do Cabo Murta, o que também nos ajudou a passar o tempo de forma mais agradável.
Todos gostámos de fazer este quarto, talvez tenha sido o que mais gostámos de fazer. Tivemos muita sorte com o tempo pois nem era preciso estar de casaco.
O nosso quarto terminou com um bonito nascer do sol e ovos mexidos ao pequeno-almoço!
Informações adicionais no fim de quarto:
Rumo – 295
LAT: 36° 34.66 N
LON: 007° 54.88 W
Vel.: 8,1 Kt
Distância da Costa: 20 milhas náuticas
Lobos-do-Mar: António Belo, André Pereira, Beatriz Taborda, Francisco Ramos, Gonçalo Arez, Gonçalo Brandão, João Moreira, Leonor Prata, Mariana Gouveia, Mariana Secca e Teresa Bucho.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Diário de Bordo, (2 de Setembro)
A 2 de Setembro de 1415 os Portugueses conquistaram Ceuta, 595 anos mais tarde, também nós desembarcámos na cidade, agora espanhola.
16h30 Para suportar o calor, andámos mais um bocado até á praia, onde todos nos apressámos a mergulhar, mas esperava-nos uma surpresa, debaixo de água o chão estava coberto de rochas gigantes, onde os mais apressados tropeçaram.
20h30 Depois de jantar os grupos reuniram-se para uma pequena volta nocturna, dirigimo-nos ao Maccdonalds para comermos um gelado, mas acabámos todos juntos a cantar e a jogar numa praça!
00h00 Acabava assim mais um fantástico dia a bordo do Creoula.
00h00 Durante a animação da noite de karaoke avistámos pela primeira vez as luzes de Marrocos.
02h00 O nosso destino recortava-se finalmente no horizonte, Ceuta estava á vista!
03h30/04h00 Devido á aproximação de Ceuta, tivemos que avançar o relógio uma hora, adaptando-nos assim ao fuso horário Bravo. Apesar de termos atingido o nosso destino não tínhamos ainda autorização para atracar, assim, permanecemos ao largo de Ceuta o resto da madrugada.
07h00 ALVORADA!
08h30 Limpeza geral! Estava na hora de pôr mãos á obra! Desde limpar o convés, arrumar as cobertas a limpar as casas-de-banho, tudo tinha que estar a brilhar! É sempre importante mantermos o nosso espaço acomodativo, só isso nos tornará mais fortes.
10h30 Era chegada a hora de atracar. Todos em formação a estibordo, vestidos a rigor, aguardámos pacientemente ordens para desembarcar. Todos alinhadinhos a olhar para o infinito, vimos Ceuta que é um sítio muito bonito! Finalmente em terra, tratámos de enfeitar o Creoula através de um embandeiramento em arco.
De Creoula 2010 |
13h00 Após o almoço fomos fazer uma visita guiada, para conhecermos e apreciarmos esta cidade que em tempos dominámos. Apesar de ser território espanhol, olhando em volta muito nos recorda de Portugal, a bandeira, as estátuas, as ruas e os antigos fortes. Durante o passeio, pudemos observar a coexistência de culturas, cristãos coabitavam com muçulmanos, hindus e judeus. No fim de apreciarmos a vista do mediterrâneo, estivemos numa ermita de St. António em que tomámos conhecimento de uma lenda muito engraçada, se uma rapariga quisesse arranjar namorado ou marido, tinha que esfregar o rabo numa cruz de pedra!
De Creoula 2010 |
16h30 Para suportar o calor, andámos mais um bocado até á praia, onde todos nos apressámos a mergulhar, mas esperava-nos uma surpresa, debaixo de água o chão estava coberto de rochas gigantes, onde os mais apressados tropeçaram.
20h30 Depois de jantar os grupos reuniram-se para uma pequena volta nocturna, dirigimo-nos ao Maccdonalds para comermos um gelado, mas acabámos todos juntos a cantar e a jogar numa praça!
00h00 Acabava assim mais um fantástico dia a bordo do Creoula.
Ceuta
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