domingo, 5 de setembro de 2010

Diário de Bordo - (5 de Setembro)




Mais um dia! O penúltimo! Mas mesmo assim a alvorada é às 7h da manhã. Seguem-se as tarefas do costume: limpeza das casas de banho, das cobertas, dos amarelos, do convés, etc.
Hoje o pequeno almoço deu-nos forças para realizar as nossas obrigações com maior entusiasmo e genica. Ovos mexidos, leite com café e pão fresco (feito durante a madrugada no navio) foram um belo repasto.



Hoje fundeámos em Sesimbra. O mar esteve brilhante, calmo e convidativo ao longo do dia. Ao longe conseguíamos avistar o areal e o bonito castelo no alto do monte, as casinhas encavalitadas umas nas outras e os elegantes veleiros particulares a passear-se no oceano. Apesar de estarmos fundeados os grupos mantiveram os seus postos nos quartos correspondentes e tudo correu pelo melhor.




Antes da hora do almoço todos pudemos nadar e mergulhar no mar. Os instruendos juntaram-se ao seu monitor, vestiram os coletes e desceram as escadas colocadas no navio até ao bote que estava junto do mesmo à nossa espera. Foi um momento muito bom e divertido. Muitos de nós nunca tiveram oportunidade de nadar tão longe de terra e soube mesmo bem! O mar ali era de um azul profundo e bastante salgado. Só faltavam mesmo os golfinhos à nossa volta para parecer um verdadeiro paraíso!

Mas hoje, apesar de todos os dias no Creoula serem diferentes, o dia foi repleto de surpresas. Primeiro os ovos mexidos ao pequeno almoço, depois os banhos no oceano, de seguida um almoço com toda a guarnição no convés a meio navio. Pensávamos no que se seguiria entre as garfadas do nosso delicioso almoço e aproveitávamos aqueles momentos descontraídos para conversar com os nossos colegas e amigos.

Descobrimos, durante as horas que se seguiram ao almoço,que o nosso Comandante tinha alma e veia de artista pois fomos encontrá-lo a fazer uma pintura em aguarela, muito bonita, com Sesimbra como tema.
Recebemos também no navio o pai da Teresa e do David Bensaude que nos fez companhia até ao fim da nossa viagem.

Na hora do lanche todos fomos chamados a meio navio, mesmo aqueles que estavam de quarto e outra surpresa se desvendou nesse momento. À nossa frente apareceu um enorme bolo de aniversário! O Comandante fez um breve discurso explicando que era costume celebrar os aniversários da guarnição e de todos os membros do navio no fim e no início de cada mês. Ora, durante a nossa aventura no Creoula, três pessoas tinham feito anos: um membro da guarnição, o Gonçalo Arez (17 anos) e a Teresa Bucho (15 anos) - ambos instruendos e pertencentes ao grupo dos Lobos do Mar. Foi com grande alegria que todos cantámos os parabéns aos três aniversariantes e comemos o bolo!

Para a noite todos os grupos tinham uma tarefa importante: apresentar uma pecinha de teatro, um sketch, fazer uma canção ou uma animação para apresentar aos restantes instruendos e guarnição. Assim, para além das tarefas habituais da vida de um navio, também tivemos que puxar pela imaginação e pela nossa criatividade.

Depois do jantar reunimo-nos a meio navio e os grupos apresentaram os seus espectaculares números de entretenimento. Os Lobos do Mar abriram o show apresentando um medley pimba alusivo aos famosos monitores que nos acompanharam ao longo da nossa aventura. Aqui ficam as letras:


Diogo (“Perdoa” dos Anjos)
Diogo tu és demais
Tens uns belos abdominais
Esse dom que deus te pôs
P’ra contar anedotas como:
Ai, ai, ai que sabe a arroz!


Telmo (O André e a Cecília)
O Telmo no Creoula
Com um bafo de cebola
No Creoula está o Telmo
Que só rima com Anselmo

Oh nosso amor e gostosão
És a nossa tentação (bis)

Uno, dos, tres, cuatro
Estás sempre a fazer fixe
Só comes Redfish
Depois dás puns no beliche
E o trabalho que se lixe!


Amaro (Nós Pimba)
E se o Amaro quer ver tudo direitinho,
Cheirosinho, bonitinho
E se o Amaro quer ver tudo bem certinho
Em nós PIMBA, em nós PIMBA
No Creoula estamos sempre a trabalhar,
A bombar, a desfrutar
Mas e na faina se alguém se encostar
Há um azar, e o Amaro PIMBA!


Luís (Pingo Doce)
O Luís no Creoula
Está sempre a gozar
A tentar fazer “nhecs”
Que não estão a resultar
Dentro do navio ele tira fotografias
Essa é uma das suas grandes manias
Oh Luís… tira o macaco do nariz!


Laurinda (Baile de Verão)
A Laurinda é batoteira
Se perde é uma choradeira
Aperta, aperta com ela

De todos é a mãezinha
Até parece um’anjinha
Aperta, aperta com ela

Tem uma oz sensual
Que encanta o pessoas
Aperta, aperta com ela

Da batota é rainha
Mas nisto não está sozinha
Porque os outros também são!


Raquel
Lá vem a Raquel
Sempre a animar
Lá vem a Raquel
É sempre a bombar

O seu riso giro
Sua voz de gás
Uma monitora
Leva todos atrás

A Raquel é uma sereiazinha
Metade mulher, metade
… fofinha!


O grupo dos Popeys apresentou a seguir, de uma forma muito cómica, um dia a bordo do navio Creoula e todos nos rimos pois revimo-nos em muitas das situações que eles representaram. Também o grupo dos Beestiais caricaturou de uma maneira muito original alguns dos momentos mais engraçados que vivemos no navio, dois instruendos vestiram o corta-vento da Bee Creoula 2010 e outros dois, atrás deles, enfiaram as mãos nas mangas do mesmo, criando um “boneco” que nos fez soltar gargalhadas de tanta diversão. Este grupo cantou-nos ainda uma animada canção.
Por fim o grupo dos Quem é o quê? brindou-nos com a sua costumeira alegria e boa disposição nuam performance sem par de mais momentos passados no nosso querido navio Creoula.

Depois de muitos “É muito bom!”, “Bravo, Bravíssimo!”, “Muito bem!” e muitas palmas o show encerrou com o aviso doloroso de que esta tinha sido, de facto, a nossa última noite a bordo e que no dia seguinte chegaríamos cedo à Base Naval do Alfeite.

Quem estava de quarto voltou para o seu posto, os outros instruendos foram arrumar as trouxas, aproveitar os últimos momentos em cartadas e longas conversas ou simplesmente juntaram-se a apreciar a via láctea e o reflexo das estrelas no mar.

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